domingo, 26 de abril de 2009




“QUEM SOU EU???”
Particularmente, sempre me pego em meio a estes questionamentos. Quando olho-me no espelho e vejo minha face e a comparo com as vãs lembranças que tenho com a ajuda de fotos em quem eu era e no que me tornei no decorrer de um único ano.
Me vi perdidamente apaixonado, amor do qual não medi esforços ou fazia discernimento do que era o bem e o mal, o certo e o errado. Um amor que machucou a alguns, me machucou e me fez sentir parte de um jogo sujo e sem escrúpulos. Um amor que me trouxe o desamor de ver e ouvir a mão que em momentos me acariciou e a boca que me bendisse em um outro momento me apontar e recriminar, e após isto as costas receber!
Foi um amor que entrou dentro de minh’alma, bagunçou com todo meu ser e me fez aprender em meses coisas das quais nos meus quase vinte anos não havia aprendido ainda. Trouxe-me ha um tempo em que eu tive de vestir as minhas melhores roupas e mostrar meus melhores e mais belos sorrisos, embora dentro de mim estivesse um mendigo vestido de farrapos que gritava e chorava loucamente disparando diversos pedidos de socorro dos quais ninguém nunca seriam ouvidos ou tampouco compreendidos.
Aprendi a atuar num teatro onde os atores e personagens foram os que me cercavam e os cenários eram os ambientes que estive presente e lugares que percorri ao longo de minha vida. Aprendi a sorrir chorando por dentro e a passar para terceiros as exatas frases e conselhos de otimismo dos quais eu necessitava ouvir.
E perdi as contas de quantas vezes eu andei pelo bairro das Graças tão Aflito com fantasmas que habitavam dentro de mim mesmo e sobrevivi aos mesmos, e ainda sobrevivo sempre que eles insistem em me aterrorizar novamente com suas lembranças que me doem mais do que um punhal cravado no peito.
Deus nunca me abandonou, sempre o senti bem próximo a mim e com sua mão estendida a cada vez que me enviava seus anjos para me guardar e fazer rir em momentos sombrios. E em vários momentos me fez enxergar a verdade e me deu conforto a cada abandono ou a cada despedida regada à promessas de retorno.
Minha voz se calou, aquele Victor que vivia a cantar a vida e idealizar um mundo em seus textos e poemas altamente sonhadores aos poucos foi deixando a cena e dando a vez à um Victor realista, pé no chão que embora tente usar a razão sempre vem seu coração e fala mais alto o fazendo as vezes a tomar decisões precipitadas que em momentos dão certo e trazem alívio, tem outros trazem o desespero e em outros traz risos e risos do mesmo e daqueles que o cercam, algumas risadas arrancadas com algumas doses de álcool e ao som de alguma música animada e outras trazidas com seu humor sarcástico ou até mesmo com sua grosseria quase que imperceptível!
Daria um dedo da minha mão direita para não ser tão intenso, não me entregar tanto aos sentimentos, é um saco estar totalmente feliz ou totalmente triste! E daria também mais um da mão esquerda para não ser tão emotivo, não chorar com músicas, filmes, noticias... É TERRÍVEL, embora eu ache terrível não chorar também mas... o excesso de emoções me incomoda.

E assim eu vivi, cresci e aprendi que na vida nada mais somos que constantes aprendizes onde não existem perdas nem ganhos, e sim experiências vivenciadas. E assim continuarei vivendo e aprendendo à jogar, sentado no meu ônibus ouvindo minhas musiquinhas velhas e cafonas vendo aqueles que passam por mim e deixam cada um, um algo de si e os levarei sempre comigo até o dia do meu sepultamento!
P. Victor de Andrade, em 23/04/2009.

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