terça-feira, 23 de fevereiro de 2010

Epitáfio (Reflexões).


Deveria ter sido mais inteligente, não ter tanta autoconfiança.
Menosprezar meus “rivais” sempre foi um dos meus defeitos mais gritantes.
Não deveria nem ter mais pés de tantos tiros que já dei neles mesmos (risos), sempre um erro após o outro, as vezes errando nos mesmos pontos, talvez por ser impulsivo demais, talvez por ser omisso demais também.
É, tenho um pouco de cada. Aliás, muito de cada pois é algo que foge completamente do meu controle. Quando penso que não puft: Falei ou fiz besteiras e só me resta aguardar as conseqüências.
Cresci ouvindo Gonzaguinha cantar: “viver e não ter a vergonha de ser feliz, cantar e cantar e cantar a beleza de ser um eterno aprendiz (...)”. E quando chego a maioridade vejo que a vida não nos permite erros, então como de tal maneira iremos aprender se o ser humano só aprende apanhando? Ou melhor dizendo, errando!
Cada dia é um julgamento novo, um novo padrão e sobrevive quem é mais homogêneo as mais diversas situações que nos são impostas, tendo muitas vezes que o ser humano abrir mão se sua própria personalidade e opiniões para SOBREviver. 
Sim, o “sobre” em letras garrafais pois não creio numa vida omissa totalmente regradas a padrões e regras. Onde nós ficamos? Cadê a nossa essência? Cadê a veracidade dos nossos sorrisos e nossos olhares? Foram postos a venda? Já foram vendidos? Existe alguém interessado em comprá-los ou eles não estão dentro do padrão de beleza e apodrecerão nas prateleiras até que chegue a liquidação e um comprador compulsivo os compre apenas para amontoar mais algo em seu quarto?
Deveria eu aprender a ser menos verdadeiro ou as pessoas deveriam aprender e serem menos falsas? Sinceramente nos meus curtos 20 anos de vida ainda não consegui compreender que dificuldade tem em dizer se quer ou não algo, ou até mesmo falar a verdade, ou pelo menos não falar daquilo que não se sabe, ou melhor ainda: PROCURAR SABER ANTES DE SAIR POR AI METRALHANDO UMA INFORMAÇÃO QUE VOCÊ NÃO TEM CERTEZA.
Deveria parar de entender porque ensinamos uma coisa as crianças e fazemos totalmente o oposto daquilo que ensinamos. Ouço um pai dizer a uma filha: “não minta, é feio”, e vejo o mesmo pai numa beira de calçada inventando mentirinhas sobre a vida do vizinho. Lindo não?
É engraçado como temos a capacidade de sacudir nas costas dos outros os nossos problemas que foram criados por nós mesmos como se o outro tivesse culpa da nossa incapacidade de administrar nossos conflitos e negociações. É, posso ter todos os defeitos do mundo mas ao menos carrego eu mesmo todas as minhas cruzes caladinho sem culpar nem querer jogar o peso nas costas de ninguém. Uns chamam isso de egoísmo, eu chamo de consciência.
Deveria ter sambado mais um pouquinho sobre os destroços deste planeta já destruído que caminha rumo aquilo que lhe deu origem, segundo a ciência, uma explosão catastrófica e em seguida se resumir a pó!
Neste momento creio eu que caia a ficha dos nossos espíritos já que nossos corpos não existirão mais de que somos todos feitos da mesma coisa e nosso fim será o mesmo, e é tolice tentar mudar ou crer que somos diferentes de A, B ou C. Somos todos únicos, cada um com sua complexidade, personalidade, cor, cabelo, porém todos iguais!

P. Victor de Andrade, escrito em 22/02/2010.

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