domingo, 12 de janeiro de 2014

Redes Vorazes.


Todo dia é a mesma coisa. Você, usuário assíduo das redes sociais abre os olhos e logo pega seu celular para ver o que se passa dentro daquele pequeno mundo onde tudo é perfeito.
Nas redes sociais os casais são felizes, todos realizados profissionalmente, os solteiros estão plenamente felizes com sua condição, todos são politizados, leitores de Caio Fernando de Abreu, Lispector e outros grandes nomes da literatura. Ah, e não podemos nos esquecer dos cults que a cada janeiro ressurgem das cinzas para criticar os telespectadores de reality shows. 

Chega a ser curiosa a forma como cada um defende suas idéias e as enxerga como verdade absoluta, sem a menor chance ou possibilidade de ser mudado ou convencido do contrário. É constrangedor em muitos momentos logar nas redes sociais. Elas viraram um verdadeiro ring, um lavatório de roupa suja ambulante onde nós somos de certa forma obrigados a presenciar tudo aquilo.

Não, eu não faço menção a nenhuma 'lei da mordaça', acho extremamente rica a exposições de ideias e opiniões, e suas divergências também. Não há crescimento intelectual sem discussões nem debates. Mas o problema começa quando o que deveriam ser debates enriquecedores viram trocas de farpas constantes onde perde-se muitas vezes até a ideia central do que viria a ser criticado de tantas criticas contidas em poucas linhas de uma simples postagem.

O que falar da hipocrisia nesse tema? Absurdo! Todos são críticos de todos, sentem-se juízes e condenam atitudes alheias como se anteriormente ou posteriormente não as fossem reproduzir não necessariamente no mesmo setor, mas as vezes até em outros. Criticam os relacionamentos que se iniciam mas vivem a narrar os seus nas redes sociais. Seria doce, lindo se não fossem narrados o inicio, meio nem fim. Tenho visto até velórios sendo compartilhados. Sim, isso mesmo. Velórios com direito a foto do morto no caixão compartilhada e tudo mais com declarações de amor eterno.

É possível viver, ser feliz sem platéia. As dores também são possíveis. Feridas cicatrizam muito melhor quando tratadas pelas pessoas certas. As celebridades estão ai para provar isso, brigando para viver seus amores em privacidade, enquanto anônimos brigam para viver seus amores em público.

Seria muito mais doce conviver virtualmente se não houvessem tantos juízes de plantão. Sempre apostos com sua beca e martelo em mãos, prontos e condenar ou absolver todos aqueles que vivem e outrora compartilham algo em rede. Em momentos me lembra a triologia 'Jogos Vorazes', talvez dela tenha surgido a ideia do tema e dissertação do texto (risos). 




domingo, 7 de outubro de 2012

Coisas que você deveria saber sobre mim.


Eu não sou desses caras mornos, que vêem as coisas caminhando errado e simplesmente aceitam cruzar os braços e deixo a vida levar. Não, eu não sou canção de pagode, eu tenho pulso firme, vontade de lutar, sei me impor.

Eu chuto o pau da barraca mesmo! Desço do salto quando tenho que descer, protagonizo cenas dignas de último capítulo da novela das nove. Choro, digo frases feitas. Fico dias sem comer, sem dormir, SINTO! Me arrependo. Sou intenso até a última gota de sangue que pulsa nas minhas veias. E se você me perguntar se eu gostaria de ser diferente a resposta será um sonoro NÃO.

Não sinto inveja daqueles que conseguem ser frios com seus sentimentos, ou não os demonstrar. Não imagino minha vida sem alguém perceber no meu olhar quando estou triste. Tá certo, isso pode demonstrar uma fragilidade tremenda pra alguns, e eu até concordo, mas demonstra também minha transparência e capacidade de aceitar meus pontos fracos.

Danço quando quero, me sinto a vontade. Choro quando me emociono vendo filme, ouvindo música, de felicidade. E tanto faz eu calar ou falar pelos cotovelos quando estou triste ou nervoso. Varia. Sou inconstante! Insisto em proteger demasiadamente quem eu gosto, não sei ser diferente, nasci pra ser pai.

Não sou desses metrossexuais que vivem se perguntando no que vão vestir. Uso aquilo que me deixa confortável. Pode ser uma camiseta básica que tenho desde os anos 2000 ou uma nova de grife. Minha vaidade é perfume, é cheiro. Gosto me mexer com os sentidos, de brincar com as palavras, de testar o intelecto.

Não sou desses que se prendem a padrões de beleza. Acho isso fútil, pequeno. Todo físico muda, o tempo passa pra todos. Priorizo caráter. E fique longe de mim se você passa pelo menos duas horas diárias na academia malhando seu bíceps, suas pernas e esquece-se de manter em dia suas idéias, de exercitar sua cidadania e mais uma vez saliento, seu caráter.

Troco fácil uma noitada numa mesa de bar por uma boa conversa numa cafeteria ao som de jazz, soul music (não, não sei cantar uma música sequer, apenas a sonoridade me faz bem e desperta boas idéias). Me dá tesão cheiro de livro novo. Sou fascinado por crônicas. Amo escrever, sei brincar com as palavras! Mas confesso que peco sem o corretor ortográfico do computador mesmo lendo tanto e tendo sido um bom aluno.

Adio por dias, semanas aquela velha faxina no quarto. Adoro limpeza, mas detesto serviços domésticos tal como adoro comer mas tenho grande aversão por cozinha.

Questiono (quase) tudo. Mesmo que não verbalize passo sempre uma parte do tempo me questionando o porquê disso ou daquilo. Minha alma é inquieta! Tenho alergia a mentiras, não essas mentirinhas bobas que a gente conta cotidianamente até mesmo sem perceber, e sim mentiras que mudam o fluxo das coisas, mexem com pessoas, sentimentos. Valorizo as coisas e pessoas verdadeiras.

Não faço comparações entre o novo e o velho. Simplesmente vivo e sigo. E por favor não perca seu tempo tentando me desvendar nem entender. Ainda que te passe um manual de instruções sobre mim, me ocupo todos os dias a arte de me reinventar.

terça-feira, 4 de setembro de 2012

Jardim.


Voa meu sabiá!
Voa pelos céus, para longe dos meus olhos
Mas volta pro meu jardim
Voa alto, deixa o vento tocar as tuas asas

Sente a liberdade, voa!
Volta com teu canto pra preencher o meu “bom dia”
Voa sobre as águas, pouse em algum lugar
Mas volte para cá, volte para mim

Repousa a noite, te cala
Mas me volte com a luz do sol
Porque teu canto traz vida ao meu jardim

Voa meu sabiá
Voa longe de mim
Mas torne a pousar no meu jardim.



sexta-feira, 11 de maio de 2012

A janela que se olha a vida.





Sempre fui visto por alguns como sonhador, aquele que sempre procura o lado positivo das coisas, que sempre planeja coisas boas, que dificilmente trabalha em cima das possibilidades frustradas. Alguns chamam isso de infantilidade, eu costumo dizer que escolhi a janela mais bonita para ver minha vida passar.

Sim, tudo nessa vida é uma questão de ótica, de saber pra que lado você deseja enxergar as coisas. Se pelo lado do pessimismo, sempre trabalhando com a expectativa de coisas ruins acontecerem ou pelo lado do otimismo, sempre vibrando e desejando coisas positivas. É algo similar a idéia de subir num ônibus vazio e escolher em que lado sentar e qual lado da viagem você irá contemplar. Simples!

As pessoas na verdade perderam o hábito de pensar em coisas boas, e não as condeno, afinal desde a hora que acordamos até a hora que vamos deitar nos deparamos com inúmeras notícias de mortes, assaltos, doença entre outras pestes do século XXI que assolam a humanidade. Não, eu não digo que temos que ser alienados e devemos ignorar as notícias do que acontece no mundo, simplesmente sou contra a apologia da violência, e, acredito que o universo devolve aquilo que a gente vibra. Se você fala coisas positivas, prefere sentar no lado otimista do ônibus pra seguir a longa viagem que é a vida, há grandes chances de você ter coisas boas de volta, mas se decidir sentar do lado do pessimismo...

Sinceramente meus caros, eu nunca vi o pessimismo vencer nenhuma batalha. Muitos dirão: “Ah eu prefiro ser pessimista porque o que vier é lucro”, e eu rebato dizendo: “Prefiro ser otimista e correr atrás para que as coisas saiam mais perfeitas que o planejado”. Na vida somos reflexo das nossas escolhas e atitudes, nossa boca fala apenas aquilo que está farto em nosso coração, e, mais do que nunca, somos responsáveis pelo que acontece ao nosso redor. Tudo é uma simples questão de atitude.

segunda-feira, 23 de janeiro de 2012

Doce janeiro...


Porque ao teu lado qualquer sala de cinema, qualquer filme são interessantes 
Nos teus olhos eu vejo verdade, vejo sentimentos, vejo poesia
No teu abraço eu encontrei o encaixe perfeito pro meu corpo
E no teu sorriso eu encontrei a paz que há muito tempo não conhecia.

E basta você me olhar pra ganhar o beijo meu
Um toque apenas e eu já sinto a necessidade de ser só teu
De me perder nos teus lábios, de esquecer que o tempo passa


Me vem o desejo de viver sem medos, e os velhos medos já não habitam mais em mim.

Porque eu encontrei você, porque eu sei que eu já habito dentro de ti
E que você já habita dentro de mim. 
E que nos teus olhos muitas vezes eu encontro as respostas das minhas mais loucas perguntas
Nos teus cheiros estão as centenas de beijos diferentes que te darei e aprenderei contigo

No meu coração existe a única certeza: será eterno, ainda que nossos corpos de dispersem
Ainda que nossas mentes se voltem a outros assuntos
Porque o que importa é a nossa transparência de apenas olhar e saber o que se passa
e sobretudo a certeza de que somos mais que amantes, somos cúmplices!