quarta-feira, 9 de dezembro de 2009

Monólogo de um apaixonado.



É, amei!

Amei com todas as forças e de todas as formas que se pode

O amor bagunçou meus pensamentos, vedou meus olhos, calou meu riso

Ele me fez percorrer por caminhos e estradas que nunca passei

Me deu fôlego, me deu força e me fez sentir o melhor dos mortais

Me fez sentir o maior de todos os mortais, me fez sentir imortal

Me deu um beijo e foi embora...

E não voltou

E eu, fiquei aqui, perdido nos meus pensamentos

Perdido no meio no meio das poucas cartas que recebi e das milhares que escrevi

Procurando meu reflexo nos espelhos quando na realidade eu havia perdido no brilho dos teus olhos

É você se foi, tenho que aceitar

Você partiu e me desestruturou por completo, tão amorfo como um corpo sem esqueleto

Tão seco, tão amargo, tão vazio, tão apático

Mas ainda assim sobrevivi mesmo em meio a trapos eu estou aqui

Vivendo num inferno que eu sonhei há anos atrás como sendo um “conto de fadas”, o meu conto, a minha fábula, mas sem um final feliz.

Porque você roubou um pedaço de mim e levou consigo

Me deixou sozinho, no frio da solidão, na busca incessante por teus beijos e tentando quem sabe um dia te encontrar numa mesma esquina

Como aquela em que você se despediu e eu vi você partir e ir sumindo no horizonte, como um barco que se perde na imensidão do mar

Como um barco que atracou e deixou no porto o meu coração, e levou meus sonhos me deixando aqui, sozinho sentindo a sua falta

Te esperando...

Te esperando...

Apenas te esperando!

P. Victor, em 23/11/2009 as 00:36 hs.


Foto: Peça "A Moça de Nove Dedos e A Moral Libertina".

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