sábado, 24 de abril de 2010

Asas.

Um passarinho preso na gaiola.
Um canto desigual, um olhar vazio e vago para o céu, a liberdade.
Uma prisão que você não pediu nem fez nada para ter como castigo.
Você apenas nasceu! Sim, Deus lhe deu corpo, voz, asas, liberdade mas por ironia do destino talvez não você foi aprisionado.
E hoje envolto em um cárcere seu canto já não é mais  tão belo
 Seu vôo não pode mais ser contemplado
Suas asas se fecharam e seu pouso foi forçado, seus sonhos bruscamente interrompidos e você foi condenado a ficar dentro de uma gaiola.
Parado, intacto, tendo que todos os dias ver o sol e não poder contemplar nem voar para o mais alto dos céus. Sendo obrigado apenas a contemplar enquanto a outros seres de sua mesma espécie vivem tão felizes, voando de galho em galho, disparando seu mais belo canto ao amanhecer enquanto você apenas admira e nem arrisca mais um canto, pois sabe que sua voz já não é mais a mesma, tal como suas asas que se atrofiaram pelo tempo de prisão e talvez jamais sejam capazes de voar novamente.
Tantos passam e contemplam você, seu canto frustrado e a beleza de suas penas, quando na realidade o que você mais queria era ser contemplado em sua liberdade, onde você poderia cantar livremente e voar sempre que algo te ameaçar ou quiser te aprisionar.
Voar para os mais altos céus, sobre as mais altas nuvens, quase tocando o sol.
Voar livre, sem culpas, sem frustrações. Na imensidão do céu, em branca paz.

E amar, amar, amar porque a gente nasceu pra ser feliz!


~ P. Victor de Andrade; escrito em 24/04/2010.

Um comentário: