segunda-feira, 15 de novembro de 2010

Caixa de Sapatos.

Em pleno feriado, preocupado com tantos trabalhos científicos a serem feitos pra faculdade minha irmã me questiona: "Victor, onde está aquela caixa onde ficam nossas fotos?". De repente lá vou eu mergulhar no meu guarda-roupas e me deparo com ela lá no cantinho, empoeirada, meio que desprezada como se nada ali tivesse. E de repente começam a olhar as fotos minha irmã e meus pais e reviver as cenas alí eternizadas. E me caiu a ficha: Meu passado cabe dentro de uma caixa de sapatos!
Me soou meio que estranho, confuso. Comparei a importância que as pessoas dão ao passado, o engrandessem de tal maneira  que muitas vezes assusta e de repente me deparo com o meu tão muidinho a ponto de caber numa caixa de sapatos. 
 Dai me lembro de um textinho da Martha Medeiros, no seu livro "Doidas e Santas" onde ela diz: "Pratique o desapego"! Isso, se desprenda de tudo que lhe escraviza, o que passou calou e o que virá dirá! Aliás, discordo com essa citação, acredito que o que passou de fato calou, mas o hoje é o que dirá, o futuro não fala, ele apenas acontece e é apenas uma consequência do hoje, do agora. 
Sempre me preocupei (e preocupo) muito com meu futuro. Hoje aos 21 anos talvez por conta disso carregue nas costas e leve uma vida com responsabilidades de quem tem seus 30 anos. Talvez a vida me tenha feito amadurecer mais rápido profissionalmente. Ás vezes me pego pensando: "Se eu chego aos 30 anos sem ter construído nada enlouqueço!". É, não me imagino aos 30 anos ainda depender dos meus pais, nunca curti na verdade. Sempre fui de trabalhar, correr atrás do meu. Comecei a trabalhar aos 18 anos, embora meu primeiro emprego de fato tenha conseguido aos 16. Conheci muita gente na primeira empresa que trabalhei, vivenciei nela grande maioria dos sentimentos que se pode sentir na vida profissional, de felicidades a tristezas. Sorri muito, chorei pouco, sempre fui mais racional nesse campo não sei se pelo fato de estudar Administração Geral e ter uma visão mais critica e analítica de certas situações, ou se porque sou um velho de 21 anos. 
Ganhei dinheiro, fui o 1º lugar de uma operação com mais de 400 operadores. Experimentei o gostinho doce da vitória e o amargo da inveja. Ganhei mais dinheiro e o gastei numa velocidade imensa. É, sou consumista e não faço a menor cerimônia para satisfazer um desejo meu, afinal eu trabalho e sei o quanto custa cada objeto que compro. Hoje eu entendo o que minha mãe me dizia quando eu era criança: "Um dia você vai aprender a dar valor a dinheiro". Coisas que antes eu achava super barato, hoje acho super caro (risos). Hoje sei o quanto custa de fato uma passagem a mais, o quanto vale a despesa com uma câmera digital que foi roubada, e tantas outras coisas que, no tempo que tá lá naquela caixinha de sapatos eu não fazia nem idéia. 

É, o tempo passou e tá ali dentro de uma caixa de sapatos. Hoje tô aqui, quabrando a cabeça em meio a um Plano de Negócios, Plano de Marketing, amanhã não sei. Apenas tenho a certeza que isso aqui, o que vivi vai parar talvez numa caixa de sapatos!

É, já cantou a doce Priscila, ou Pitty como queiram: O futuro é o presente e o presente já passou!

Um comentário:

  1. Marido, parabéns pelos escritos, adoro seus textos. Praticar o desapego e se prender mais no pensamento de um futuro promissor é o que importa! Essa é a fase que to vivendo nesse momento!!

    bjoo e te amo!

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